Estou dividindo com vocês esta grande perda: meu gato Tiquinho Huguinho partiu hoje.
Durante quase 10 anos eles nos presenteou com sua alegria, desinibição e bom-humor.
Leiam a historinha que escrevi há alguns anos e vejam como ele era um gato muito especial.
Um abraço
Maria Augusta Toledo
Para conhecer nosso trabalho acesse:
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Tiquinho Huguinho, o Incompreendido
Hoje estou chateado ...
Ela escreveu a historinha de vários gatos: Frank aquele barulhento; Kiwi, um chato que vive me perseguindo e de um bando de gatos pretos muito metidos.
O Frank berra e ela acha lindo, os Tico e Teco aprontam e ela acha o máximo.
Ela disse também que, para ser lembrado, deve-se ter “uma história marcante que merece ser contada ou então é por causa da personalidade que também é muito marcante e deve ser conhecida.”
E eu tenho estas duas coisas: uma linda história e uma personalidade maravilhosa e nunca lembraram de mim!
Só para vocês terem uma idéia, eu fui resgatado por um rapaz que trabalhou aqui há muitos anos.
Ele estava bebendo em um bar em Carapicuíba e me viu entrando: eu estava morrendo de fome e queria ver se alguém se compadecia de mim. Com este jeitinho tão amigável que tenho, fui passando de leve e me esfregando em todo mundo, muito carinhoso ... mas não adiantou nada.
Vários dos rapazes já estavam muito bêbados e começaram a me chutar.
O moço então ficou com pena de mim, a esta hora eu já estava chorando, e me colocou escondido dentro de sua bolsa: eu era muito pequeno, tinha pouco mais de um mês de idade.
Fiquei quietinho lá dentro e até achei um pão bem gostoso que fui comendo.
Na saída do bar, o moço me tirou da bolsa e colocou no chão e já começava a ir embora quando corri atrás dele. Não foi fácil, eu tive que andar mais de três km até que ele resolvesse me pegar
Quando cheguei aqui até que fui bem tratado, mas nunca me deram o devido valor pois, além de tudo, sou quase um siamês, não fosse pelas patinhas brancas que me traem.
E, como se não bastasse ter que conviver com um bando de vira-latas, eu ainda não sou valorizado.
Toda vez que chega alguma visita eu me esfrego, vou chegando como quem não quer nada e me ofereço claramente, até de barriguinha pra cima eu fico, como um cachorrinho. Quem sabe alguém se encante comigo e resolva me salvar, aqui eu não sou ninguém.
Minha guardiã, vocês sabem que ninguém é dono de nenhum gato, ainda mais de mim, quase um siamês, ela só teve a sorte de me acolher em sua casa, mas nunca me entendeu ...
Até meu nome é bobo: Tiquinho Huquinho. Como já tinha o Zé Luís, quiseram que eu fosse o Huquinho, (Huguinho, Zézinho e Luizinho, Oh Céus! de onde eles tiraram isto?) mas, como eu era muito pequeno, começaram com Tiquinho pra cá, Tiquinho prá lá. Só quando levo bronca é que ela me chama de Tiquinho Huguinho, chama não, berra.
Vocês acreditam que eu fui olhar no álbum de fotos e só tem uma, repito, uma foto minha de quando eu era bebê? As outras, muito mal tiradas, por sinal, eu estou sempre com alguém mais importante, o Kiwi, por exemplo.
Assim não dá!
Meu único amigo aqui é o Mingau, outro incompreendido. Mas, ele tem uma vantagem sobre mim, já tem até historinha.
Por tudo isto é que eu aprendi a falar NÃO. Falo tão claramente e pronuncio as vogais tão devagar que eles até acham graça:
Você quer brincar Tiquinho? NÃO!
Você que apanhar, Tiquinho? NÃO!
Você está feliz, Tiquinho? NÃO!
E depois dizem que eu sou mal-humorado ... Eu sou é incompreendido ...
Ufa! Acho que desabafei.
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