Os passeios em charretes, uma das atrações turísticas de Poços de Caldas (451 km de Belo Horizonte), viraram o principal assunto na cidade depois que um cavalo passou mal por excesso de trabalho.
O dono do cavalo foi excluído da Associação dos Charretistas de Poços de Caldas, mas a medida não satisfez os ativistas da causa animal, que estão divididos entre acabar com as charretes ou mudar as regras para a atividade.
A veterinária Sheila Patresi dos Santos, 35, que testemunhou, no último dia 30 de dezembro, o cavalo desmaiado por exaustão, defende, em abaixo-assinado, mudanças nas regras para as charretes. Em vez de apenas um cavalo trabalhando 12 horas por dia, das 6h às 18h, como permite lei municipal, ela defende o uso de três animais, por charrete, no mesmo período.
"Assim eles se cansariam menos. Outra medida importante seria encontrar raças adequadas para tração, po rque todos os cavalos usados nas charretes são animais mestiços, inadequados para essa função", afirma.
O abaixo-assinado feito por Sheila tem até agora 585 assinaturas, pouco em comparação às 5.111 adesões obtidas pelo grupo de moradores mais radicais, que querem o fim das charretes. O documento está disponível na internet e vai ser enviado à Câmara para se transformar em projeto de lei.[...]
[...]Segundo a veterinária Sheila Patresi dos Santos, o excesso de trabalho pode levar os cavalos à morte. Ela diz que um cavalo vive entre 22 e 25 anos, mas que, nas condições em que trabalham nas charretes de Poços de Caldas, esse tempo cai para 12 anos.
"Todo mundo imagina que os cavalos são animais fortes, resistentes. Pelo contrário, são muitos sensíveis. E os que puxam as charretes ficam sem se alimentar e sob o sol quando estão em atividade."
Procurada para se manifestar sobre o assunto, a Associação dos Charretistas de Poços de Caldas não atendeu à reportagem do UOL.
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